O carnaval brasileiro, é, sem dúvida, a maior celebração de felicidade do mundo. É uma festa democrática, popular, que nivela as classes sociais e isso é bom para o país. Detratores existem mas com pouco poder de fogo. São religiosos fanáticos que o consideram manifestações satânicas ou ideológicas retrógradas que o comparam ao pão e circo romano que os governantes usariam para estupeciar e alienar as massas.
A palavra se origina do italiano carno vale, ou seja, “adeus à carne”, ou “tirar a carne” como é aceito hoje, por anteceder à Quaresma, onde comer carne era proibido. Resultado: o pessoal resolveu liberar geral antes das restrições. Sua origem se perde no tempo. Autores dizem que remontaa séculos A.C. Outros afirmam que surgiu de orgias pagãs do Egito e Grécia ou bacanais de Roma. Nesta cidade o povo ia à loucura. Chegou ao Brasil com os colonizadores e trazendo a nojenta tradição do ENTRUDO, prática em que os foliões se digladiavam nas ruas atirando dejetos,farinha, ovos podres,cal, uns nos outros e em desavisados. Um famoso urbanista francês morreu de pneumonia ao ser ensopado. As pessoas alugavam sacadas para poder caprichar na pontaria dos projéteis.Os nobres também gostavam. D. Pedro II curtia guerrear em família com limões perfumados. Já Pedro I ,transgressor, preferia a violência das ruas. A primeira referência a ele entre nós foi em OLINDA por volta de 1553. Mitológico,foi expulso do Olimpo por suas irreverências e estripulias. No Brasil surgiu como um boneco que desfilava pelas. Depois é que resolveram entronizá-lo. O candidato ao reinado devia ser bem fornido mas lépido e com samba no pé. O 1º eleito foi no Rio em 1933. Chamava-se Morais Cardoso e era, acreditem, era abstemio.Seguiu-se um esportista que foi o mais magro e melancólico de todos.Ficou apenas dois anos no trono. No seu lugar assumiu o que mais brilhou e fez história: Nelson Nobre, funcionário público bonachão,cordato,mas que não levava desaforo para casa.No entanto era queridíssimo. Nunca foi superado em prestígio.
Os intelectuais sempre dividiram opinião sobre o carnaval. Os mais esnobes o consideram uma expressão cultural menor. Entre eles(pasmem!) Aristóteles,Comte, Bilac (vergonhos a exibição (…) orgias que transbordam para a rua em cortejos eróticos ). Martins Fontes torcia o nariz . Graciliano Ramos detestava.Gustavo Barroso idem.Mas os apreciadores da folia foram bem representativos: Machado de Assis, José de Alencar, Mário de Andrade, Coelho Neto, José Lins do Rego, Villa Lobos , Humberto de Campos e outros.
Compositores sem DNA carnavalesco se aventuraram pela seara sem sucesso.Famosos como Tom Jobim, Raul Seixas, Luiz Gonzaga, Rolando Boldrin, Odair Josè, Roberto Carlos,Erasmo,Marcos e Paulo Sergio Valle,Adelino Moreira, Vinícius de Morais, Dolores Duran, Renato Teixeira e outros não conseguiram chegar ao póvão,O compositor italiano Verdi foi convidado para compor dois hinos os para o carnaval de 1856 .Declinou do convite. Só em 1939 Lamartine Babo compõs o Hino do Carnaval Brasileiro.
Não foram poucos os sucessos carnavalescos. que ultrapassaram fronteiras. Vamos listar alguns: ” Mamãe eu quero” , de Jararaca e Vicente Paiva, levada por Carmem Miranda para os Estados Unidos foi cantada por artistas americanos,apareceu em desenhos de Tom e Jerry e tocou até nas O limpíadas de Tóquio. ” Não tenho lágrimas” de Milton de Oliveira e Max Bulhões (quero chorar não tenho lágrimas/quie me rolem nas faces pra me socorrer) tem versão inglesa e francesa e recebeu diploma na América.Nat King Cole gravou com seu português macarrônico. ” Chiquita Bacana” de Braguinha e Alberto de Oliveira virou Madame de La Martinique”. Outro sucesso na França foi ” Balzaquiana” de Wilson Batista e Nássara mostra o talento do compositor popular em ir até Balzac procurar inspiração. (papai Balzac já dizia/Paris inteiro repetia/Balzac tirou na pinta/Mulher só depois dos 30). Aurora de Mário Lago e Ataulfo Alves ( se você fosse sincera / Ô,Ô,Ô, Aurora) teve 16 gravações nos States,inclusive em espanhol. “Brigitte Bardot de Miguel Gustavo estourou na terra da atriz (Brigitte Bardot, Bardot/Brigitte beijou,beijou/Lá dentro do cinema/ Todo mundo se afobou).
Bem, o carnaval já passou mas deixo esse pequeno painel para que os aficcionados o relembrem até a chegada do sábado de Aleluia.
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