O eterno Noel Rosa

Em 1990 o livro “Noel Rosa, uma biografia” de João Máximo e Carlos Didier, tornou-se um “best-seller” mostrando a perenidade do mito. É um livro definitivo, emocionante.

Modestamente, apenas como colaboração faço algumas observações. A obra diz que Josefina foi a musa de “Seu riso de criança”. Em 1984 localizada por uma emissora de TV declarou: “Noel para mim fez apenas o “Três apitos”, apesar de um dia de pileque ter dito que eu tinha um riso de criança”. Aracy de Almeida que a gravou indagada foi dramática: “Noel fez esse samba na Taberna da Glória, na hora, e me deu. Foi pra mim que ele fez esse samba. Ele também fez música para mim!”

Quando a “Três apitos” o compositor Homero Dornellas me revelou que na realidade a fábrica apitava nove vezes ao dia. O livro mostra um relacionamento entre Noel e Aracy absolutamente fraterno. Uma pitada de veneno. Ronaldo Bôscoli que foi íntimo da cantora em sua coluna “Eles e Eu! De 1982 no jornal Última hora conta que Aracy chamava Noel de “arrombador de moças” e confidenciou: “eu também entrei nessa”. Fica o registro da fofoca. Segundo os autores Noel e Ary Barroso se afastaram das parcerias por diferenças sociais. Tenho minhas dúvidas. Almirante contou ao cronista que “Ary tinha inveja do valor de Noel”. Num artigo escreveu: “Noel como melodista às vezes tinha sorte. Como cantor mau. Letrista coisa rara.” Sorte como melodista? O que dizer de obras exclusivamente suas como: Fita Amarela, Último Desejo, Com que Roupa, Três Apitos, Até Amanhã, etc. O consolo é que os gênios sempre sobreviverão ao ranço do despeito.

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